quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Confiar.







Parafraseando um autor tão dito, falo : "que seja breve".
Grito - fazendo disso uma oração - "que seja breve".
Que passe essa ansiedade que me faz ter medo, que angustia.
Fecho os olhos, fazendo derramar lágrimas de palavras sobre meu rosto-papel, que jorram de um coração cansando de bombear as mesmas palavras-tristes.
                                       Cansando de ser fraco.

E com raiva - que me delira - penso em como a vida é injusta.

            Penso na fraqueza e fragilidade humana.

                    Penso em por quê ter fé.

    Por que acreditar?

E passo um segundo nisso.

              E paro.

                    E balanço a cabeça, por ter pensado um instante nisso.
     
        Ainda que eu esteja fraca, quase caída, com a cabeça tombando e o coração contraído, é a fé que sopra em mim um pouco de paz.

Que sopra em mim o que eu mais preciso:

              Esperança.








Para uma pessoa incrível, que me ensinou a ter fé.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pensar


Com a cabeça apoiada no braço direito e segurando de maneira tão descuidada um lápis e um caderno, começo a escrever aleatoriamente sobre o papel branco.
Escrevo palavras desconexas, frases dignas de um facebook momentâneo, onde a dor e a alegria mudam constantemente,  onde 140 caracteres dominam o mundo.
Eu escrevo sem presa.
Escrevo para sentir a dor e a inquietação sendo transformadas em palavras, de uma forma que a voz nunca será capaz de captar.
E penso. 
     .
       . 
         .
           . 
               E deliro.
Deliro por que as palavras saem de mim quase sem querer, em um preso-fio que teima em se partir, deixando-as só, no branco do papel.
Deliro como só a dor de passar ao papel aquilo que se sente, aquilo que te prende.
Hoje lamento o fim de uma pessoa que não conheci, mas sinto a tristeza como se fosse minha. 
Por que, em um momento, ela foi minha irmã.
Que foi Luz
       ...
        Que é Luz
                   ...
                 Que será Luz para sempre. 

Então fecho os olhos e seguro meu caderno surrado, prendendo as palavras que se derramam dele. 
Como as lágrimas que caem dos meus olhos.



Para uma pessoa que muito já foi luz e me fez pensar na saudade que sinto.


domingo, 27 de maio de 2012

Recordar*




Daqui a cinco anos, vamos olhar para trás, para agora,  e dizer: “nossa, como passou rápido”.
Daqui a dez anos, vamos olhar para nossas conquistas e festejar ao constatar que realizamos nossos sonhos. E agradecer ao entender que ganhamos nossos desejos, ainda mais incríveis.
Daqui a quinze, vamos relembrar em como éramos loucas, dramáticas e apaixonadas. E vamos balançar a cabeça e sorrir ao perceber que ainda seremos loucas, dramáticas e apaixonadas.
Daqui a vinte, vamos chorar de saudade. De alegria.
Daqui a vinte e cinco, eu vou chamá-las e velhas e vocês vão se perguntar o motivo de me agüentarem durante tanto tempo. Ficamos discutindo isso e daremos um sorriso emocionado, um misto de nostalgia e afeição.
Eu fecharei meus olhos por um momento e recordarei.
Recordarei as escolhas que fiz.
Recordarei os caminhos que poderiam ter nos afastado, mas que tornaram nossos laços mais fortes, mais unidos.
Recordarei o quanto o tempo que passou foi confuso, maravilhoso e passageiro; o quanto deixou marcas em mim.
Recordarei vocês.
Com um sorriso no rosto.
Com lembranças.
E mais que isso, com o futuro.
Nosso futuro.  

Tielly Mendonça
(M11CT/2008, M21CT/2009, M33CT/2010)


*Feito originalmente em 2010 e atualizado em maio de 2012.



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Felicitar



Por muito tempo, escrevi com lagrimas nos olhos – tão doido tão triste – e um aperto no coração; com uma necessidade de gritar.

E por muito tempo, acreditei que a quantidade de amar – ou eu achava que era amor – tinha que ser igual à quantidade de sofrer. E me perdia  por tentar me anular para tentar ser amada, ser querida.

E no final, ao sair me lamentando, frustrada com outro erro – mais um, meu Deus – eu falava em mudar, em crescer.

Não cresci.
  
                 Não mudei.
                                  Mas aprendi a reconhecer.

A reconhecer que a paixão tem que nos deixar leve.
Que nem sempre temos que ir dormir chorando.
Que existem pessoas que se preocupam contigo.
Que mensagens e ligações inesperadas alegram o dia.
Que pode nem ter tanta coisa em comum, mas é o diferente que fascina.
Que meu ciúme é fofinho (até parece).
Que, se você esperar, ou ao menos saber enxergar, a felicidade aparece.
                                           Ela sempre aparece.